Exercícios sobre funções do “que”
Resolva esta lista de exercícios sobre funções do “que” e revise conceitos relacionados às diversas funções desse termo na língua portuguesa.
Publicado por: Guilherme VianaQuestões
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Questão 1
O “que” pode exercer diversas funções na língua portuguesa. Assinale a alternativa que apresenta uma função corretamente descrita dessa palavra.
A) Advérbio, quando indica negação.
B) Conjunção subordinativa, quando introduz orações subordinadas substantivas ou adverbiais.
C) Substantivo, quando equivale a “quão”.
D) Pronome adjetivo, quando substitui um substantivo.
E) Interjeição, quando equivale a “ali”.
Alternativa B.
A palavra “que” pode funcionar como conjunção subordinativa ao introduzir orações subordinadas substantivas ou adverbiais.
A alternativa A está errada porque o advérbio de negação é “não”. A palavra “que” pode ser advérbio, mas de intensidade.
A alternativa C está errada porque “que” equivale a “quão” quando é um advérbio de intensidade, e não um substantivo. A palavra “que” só funciona como substantivo quando é acentuada (“quê”), tendo sentido de “coisa”, de “característica”.
A alternativa D está errada porque “que” pode ser um pronome substantivo (ao substituir um substantivo), e não um pronome adjetivo.
A alternativa E está errada porque “que”, como interjeição, indica espanto, surpresa ou incredulidade, e não valor de lugar.
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Questão 2
Assinale a alternativa em que o “que” expressa circunstância de intensidade.
A) Que inteligente você foi!
B) O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou...
C) Vamos que vamos para mais um dia de trabalho!
D) Quê?! Não pode ser verdade!
E) O maior medo que eu tenho é de avião.
Alternativa A.
Na frase “Que inteligente você foi!”, o “que” funciona como advérbio de intensidade, podendo ser substituído por “quão”.
As alternativas B e E estão erradas porque “que” exerce, nelas, função de pronome relativo.
A alternativa C está errada porque “que” exerce, nela, função de conjunção coordenativa aditiva, reforçando a ideia de continuidade (“vamos e vamos”).
A alternativa D está errada porque exerce função de interjeição, para expressar espanto ou incredulidade.
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Questão 3
Na frase “Havia um quê de suspeito no ar...”, a palavra “quê” deve ser classificada como:
A) pronome substantivo.
B) advérbio.
C) interjeição.
D) partícula expletiva.
E) substantivo.
Alternativa E.
Nesse caso, “quê” é um substantivo, indicado pelo uso do acento, sendo sinônimo de “características”. Por isso, é antecedido por um artigo indefinido (“um”) e poderia ser passado para o plural (“uns quês”).
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Questão 4
Na frase “Que alegria que você me traz!”, cada “que” é classificado, respectivamente, como:
A) advérbio de intensidade e interjeição.
B) substantivo e conjunção subordinativa.
C) pronome substantivo e pronome relativo.
D) pronome adjetivo e partícula expletiva.
E) preposição e conjunção coordenativa.
Alternativa D.
O primeiro “que” é um pronome adjetivo, pois acompanha um substantivo (“alegria”), exercendo função de adjunto adnominal em um enunciado exclamativo. O segundo “que” é uma partícula expletiva, pois é usado apenas para realçar o discurso, podendo ser dispensado da frase sem haver prejuízo no entendimento da mensagem.
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Questão 5
O queísmo é um fenômeno que ocorre quando:
A) é usado “que” em vez de “quê” como substantivo.
B) é empregado o “que” como partícula expletiva.
C) é eliminada indevidamente a preposição “de” antes de “que”.
D) é usado “que” com valor de conjunção coordenativa.
E) é usado “quê” sem acento em final de frase.
Alternativa C.
O queísmo é a supressão da preposição “de” antes da palavra “que”, como em “as séries que eu gosto” em vez de “as séries de que eu gosto”.
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Questão 6
Assinale a alternativa em que ocorre queísmo na frase.
A) Não sabia que você viria tão rápido!
B) Pediu que aguardássemos até sermos chamados.
C) Você viu que já saíram as notas?
D) As metas que priorizamos deverão ser cumpridas.
E) O livro que você falou já está esgotado.
Alternativa E.
Nela, o verbo “falar” exige preposição “de”. Dessa forma, a norma-padrão exige a construção “o livro de que você falou”. Nas demais alternativas, não é necessário incluir a preposição “de” antes da palavra “que”, pois a regência verbal em cada caso não exige essa preposição, portanto, não ocorre queísmo.
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Questão 7
(Instituto AOCP)
TIRANDO AS MÁSCARAS
ELLEN PEDERÇANE
Viver é uma arte, é o que escutamos desde muito cedo. E nesse louco mundo nos envolvemos em diversas artes: a arte de se esconder, a arte de mentir, a arte de fugir de sentimentos. Pegamos um trem que nos leva para bem longe de quem somos, vamos crescendo e aprendendo a usar as mais diversas máscaras, esquecendo a importância da nossa estrada.
Quanto mais máscaras colocamos pelo caminho, mais descompensado fica esse mundo. Afinal, você acha que a guerra está só lá fora ou reconhece que há uma guerra dentro de você? Difícil é assumir que todo dia acabamos escolhendo ter uma vida mais vistosa do que prazerosa. Nossas convenções sociais ultrapassadas nos levam a tomar o rumo praticamente oposto ao que desejamos lá no âmago da nossa alma. O que você sabe sobre você? Não, a resposta nada tem a ver com seu nome e o que você faz da vida. Já esteve perante o espelho perguntando: quem eu sou?
“Estamos existindo entre mistérios e silêncios/ evoluindo a cada lua a cada sol” já canta Dani Black em sua linda canção “Maior”. Existência às vezes adormecida. Existência às vezes consciente. Outras vezes esquecemos que precisamos do nosso grande amigo silêncio para viver melhor cada mistério. Levamos a vida em meio ao barulho que nos ensurdece e jamais escutamos as respostas que procuramos lá fora e estão todas aqui dentro.
Assim, estradas que se desenvolveriam tão naturalmente, se tornaram uma aventura um tanto quanto difícil. Uma aventura mais dolorosa que o necessário. As máscaras enrijeceram-se tanto a ponto de parecerem impossíveis de remover. O agora nos convida a (re)conhecer nossa essência. O rumo tomado se mostra cada vez mais insustentável com esse excesso de máscaras. Não nascemos para ganância, para o poder e para tanta destruição. Nascemos para o amor, para a compaixão, para a generosidade...
Cada porrada que levamos na vida é apenas aquele alerta para que possamos voltar para dentro. É um pedido para que não demoremos muito a mergulhar, pois temos muito o que aproveitar. Tudo flui, tudo segue como deve ser. Nos tornamos leves ao ouvir e abrir o coração. Leveza essa que pode lavar toda sujeira que se esconde debaixo do tapete.
Ser quem somos em essência é nossa única obrigação.As lagartas só conseguem voar quando se permitem ser borboletas, quando saem do casulo. E nós, quando saímos do casulo do ego, também voamos alto. O ego é o que segue as regras que não nos servem mais e apenas cortam nossas asas, retardam nossa liberdade. Como sair dele? Buscando a si mesmo, olhando pra dentro, saindo da vida em modo automático. Tirar um tempo para ser nossa melhor companhia, contemplar a natureza, reconectar com aquilo que parece adormecido em nós. Se cercar daquilo que pode nos nutrir e não nos deixar a beira do abismo. As máscaras naturalmente caem e nós, enfim, vamos descobrindo onde nossas asas podem nos levar. Descobrimos, precisamente, toda beleza que há em ser verdadeiramente HUMANO.
(Retirado e adaptado de: <http://obviousmag.org/brincando_com_letras/2017/tirando-as mascaras.html#ixzz5B02JgC8y>)
Assinale a alternativa que indica a função do termo destacado na frase: “Difícil é assumir que todo dia acabamos escolhendo ter uma vida mais vistosa do que prazerosa”.
A) Conjunção coordenativa adversativa.
B) Conjunção coordenativa aditiva.
C) Conjunção subordinativa conformativa.
D) Conjunção coordenativa alternativa.
E) Conjunção subordinativa comparativa.
Alternativa E.
A conjunção “do que” liga um termo dependente de outro, ou seja, há relação de subordinação. Pelo contexto, percebe-se que há uma comparação. Portanto, trata-se de uma conjunção subordinativa comparativa.
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Questão 8
(Instituto AOCP)
O que é ergonomia?
Ergonomia é a área da ciência que estuda maneiras de facilitar nossa relação com objetos e máquinas. “Seu objetivo central é adaptar o trabalho ao ser humano, evitando que ocorra o contrário”, diz o engenheiro e doutor em ergonomia Laerte Idal Sznelwar, da Universidade de São Paulo (USP). O naturalista polonês Wojciech Jastrzebowski foi a primeira pessoa a usar o termo ergonomia – que em grego significa “princípios do trabalho” – num texto chamado The Science of Work (“A Ciência do Trabalho”), escrito em 1857. Um exemplo de aplicação dos princípios ergonômicos são os telefones com teclas. Os números não são dispostos por acaso em quatro fileiras com três botões cada. Antes de esse formato ser lançado, foram testados modelos com teclados circulares, diagonais e horizontais com duas fileiras de botões. Venceu a configuração que os estudiosos perceberam ser a mais confortável para os usuários.
A ergonomia atual vai ainda mais longe e não fica só no desenho de objetos: as telas dos caixas eletrônicos, por exemplo, são projetadas com ícones grandes e fáceis de localizar. Por causa da variedade de aplicações, o trabalho em ergonomia é feito por vários profissionais, como engenheiros, arquitetos, médicos, fisioterapeutas e psicólogos. Nos últimos anos, os estudos nessa área ganharam destaque na criação de objetos que diminuam os riscos de lesões por esforços repetitivos, as famosas LER, que atacam, por exemplo, quem vive sentado diante do computador a maior parte do dia.
Na medida certa
Mobílias e máquinas ergonômicas respeitam o corpo do usuário
Monitor bem posicionado: Permite olhar para a tela mantendo o pescoço em sua posição natural.
Apoio: Mantém os pés em posição confortável caso a mesa não tenha regulagem de altura.
Teclado ideal: Modelos com teclas que amorteçam os dedos evitam lesões como a tendinite.
Encosto ajustável: Adequa-se à curvatura lombar, evitando lesões nas costas.
Mola amortecedora: Não deixa a coluna sofrer impactos bruscos.
Altura regulável: Permite manter os joelhos em um ângulo de 90º, deixando a circulação sanguínea livre.
Adaptado de: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-ergonomia/ . Acesso em: 31 de outubro de 2019.
Assinale a alternativa que analisa corretamente a função do que em “Venceu a configuração que os estudiosos perceberam ser a mais confortável para os usuários.”.
A) Realça “os estudiosos”, portanto, classifica-se como partícula expletiva.
B) Introduz o complemento do verbo “configurar”.
C) Estabelece uma relação consecutiva entre estudos e conforto.
D) Retoma “a configuração”.
Alternativa D.
A palavra “que” é um pronome relativo que está retomando “a configuração” e que está ligando esse substantivo à oração “os estudiosos perceberam ser a mais confortável”.
A alternativa A está errada porque a palavra “que” não é dispensável nesse contexto, nem serve apenas para dar ênfase, então não se trata de uma partícula expletiva.
A alternativa B está errada porque o “que” não introduz o complemento do verbo “configurar”, mas liga o termo “configuração” à oração seguinte.
A alternativa C está errada porque não há valor de consequência como se afirma na alternativa.
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Questão 9
(UFMG)
O homem, ser eminentemente social, precisa do convívio do seu semelhante, por intermédio da conversa. Com ela, nela, por ela, se alivia de muitos pesos que o esmagam; se descongestiona de muitas alegrias que não pode guardar apenas para si; se anima para cometimentos que, sem o aplauso alheio, nunca realizaria. O homem gosta de se comunicar: oralmente, se for possível; por escrito, na impossibilidade de o de fazer viva voz. E daí os milhões de jornais que circulam no mundo e os milhões de livros que andam nas mãos dos leitores curiosos de se informarem do que o seu próximo tem a exprimir, ainda que nem toda palavra escrita seja verdadeira.
O bom conversador não faz apenas crepitar o espírito, a sólida cultura, a exata descrição e a narração do que viu. Conversa simultaneamente com a inteligência e com o corpo - particularmente com a fisionomia, por meio da viva expressão do olhar. Nele, além disso, a voz tem timbres comunicativos, e os gestos ganham vida eloquente.
Não há uma conversa: há conversas. Cada interlocutor exige que lhe falemos de especial maneira, versando assuntos que o interessam, e numa linguagem que lhe seja perfeitamente acessível. [...] Devemos colocar o nosso interlocutor no seu lugar, no seu meio, no seu tempo, no mundo de seus interesses materiais e sentimentais. Só dessa maneira evitaremos que ele nos boceje escandalosamente nas barbas.
MALPIQUE, Cruz. A arte de conversar: um pouco de sua filosofia. Porto: Editora Educação Nacional, 1950. p. 15 -16. [Adaptado].
Leia este trecho do texto:
Cada interlocutor exige que lhe falemos de especial maneira [...].
Assinale a alternativa em que a função do termo “que” destacado é a mesma do “que” nesse trecho.
A) [...] ainda que nem toda palavra escrita seja verdadeira.
B) [...] versando assuntos que o interessam [...].
C) [...] numa linguagem que lhe seja perfeitamente acessível.
D) [...] dessa maneira evitaremos que ele nos boceje escandalosamente [...].
Alternativa D.
O “que” introduz uma oração subordinada substantiva, sendo uma conjunção integrante, assim como ocorre na oração do enunciado.
A alternativa A está errada porque, nela, a locução “ainda que” é uma conjunção concessiva, e não integrante. Assim, não introduz nenhuma oração subordinada substantiva.
A alternativa B está errada porque, nela, o “que” é um pronome relativo, retomando o termo “assuntos”. Assim, não introduz nenhuma oração subordinada substantiva.
A alternativa C está errada porque, nela, o “que” é um pronome relativo, retomando o termo “linguagem”. Assim, não introduz nenhuma oração subordinada substantiva.
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Questão 10
(Instituto AOCP)
O acúmulo de compromissos preenche horários livres, adia o lazer e a vida social, dando a impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido
Raphael Martins
O ano passou rápido? Não dá para cumprir todas as obrigações dentro dos prazos? O dia parece cada vez mais curto? Por que não se tem mais tempo para nada?
O estilo de vida atarefada e a dificuldade de conciliar compromissos profissionais com relações sociais dão uma nítida impressão de que o tempo voa. Dentre os principais motivos para que isso aconteça está o aumento de tarefas e obrigações que as pessoas se envolvem nos dias de hoje. Cria-se, assim, uma sensação pessoal de que há cada vez menos tempo para si. Florival Scheroki, doutor em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo e psicólogo clínico, explica: “Há realmente essa impressão de que o tempo se acelerou. Na realidade, é uma percepção que as pessoas têm que não cabe, no tempo disponível, tudo aquilo que elas têm que fazer”.
O psicólogo complementa: “Isso tudo acontece pelo estilo de vida que temos hoje. Uma mãe de família sai às 7 horas da manhã para deixar as crianças na escola. Se sai às 7h15, ela não cumpre o horário de entrada no trabalho, às 8 horas. Parece que não temos mais intervalos”. Maria Helena Oliva Augusto, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, concorda: “É como se o ritmo do tempo se acelerasse. Na verdade, a percepção temporal muda por conta dos inúmeros compromissos que estão presentes no cotidiano, que fazem não se dar conta de perceber o tempo de maneira mais tranquila”.
Sobre o assunto, Luiz Silveira MennaBarreto, professor especializado em cronobiologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades, coloca que, na sociedade contemporânea, as cobranças são cada vez mais intensas e frequentes, o que produz uma sensação crônica de falta de tempo. As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades e qualificações acadêmicas, tomando boa parte do tempo que poderia ser destinado ao lazer. Scheroki completa: “Por que hoje é assim e antes não era? Hoje temos várias tarefas que não tínhamos. Temos que saber inglês, francês, jogar tênis, trabalhar… As pessoas tentam alocar dentro do tempo mais ações do que cabem nele”. [...]
A professora Maria Helena destaca: “A percepção de aceleração do tempo é uma coisa angustiante. É possível se dar conta disso pela quantidade de pessoas ansiosas, depressivas e estressadas que se encontra. Elas percebem o tempo passando rapidamente e, por isso, tem pressa de viver intensamente. Isso acaba criando situações de tensão muito grandes”.[...]
O psicólogo acredita que os principais prejuízos de uma vida atarefada é sentido nas relações com amigos ou familiares. Na hora de escolher entre uma obrigação profissional ou uma interação social, as pessoas acabam priorizando o trabalho: “Nós somos nossas relações sociais, nós acontecemos a partir delas. Se elas acabam sendo comprometidas, comprometem toda a nossa vida. A vida é composta pelas nossas ações no tempo e cada vez menos a gente tem autonomia sobre ela”.
Para o professor Menna-Barreto, o ideal é buscar alternativas de trabalho ou estudo em horários mais compatíveis com uma vida saudável. “Exercício físico, relações sociais e familiares ricas e alimentação saudável também ajudam, mas a raiz do problema reside no trabalho excessivo”, completa.[...]
Disponível em: http://www.ip.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3330%3Aa-sensacao-dos-dias-de-poucashoras&catid=46%3Ana-midia&Itemid=97&lang=pt
Assinale a alternativa em que a função do “que”, sublinhado nos excertos do Texto 1, está corretamente indicada entre parênteses.
A) “[...] dando a impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido [...]” (pronome relativo).
B) “[...] Hoje temos várias tarefas que não tínhamos.” (partícula expletiva).
C) “As demandas exigem que as pessoas tenham inúmeras habilidades [...]” (conjunção integrante).
D) “As pessoas tentam alocar dentro do tempo mais ações do que cabem nele.” (conjunção explicativa).
Alternativa C.
O “que” introduz uma oração subordinada substantiva, logo, é conjunção subordinativa integrante.
A alternativa A está errada porque o “que” introduz uma oração subordinada substantiva, então, exerce função de conjunção integrante, e não de pronome relativo.
A alternativa B está errada porque o “que” retoma o antecedente “tarefas”, então, funciona como pronome relativo, e não como partícula expletiva.
A alternativa D está errada porque o trecho estabelece uma comparação usando a locução “do que”, sendo uma conjunção subordinativa comparativa, e não explicativa.
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Questão 11
(IFN-MG)

Considerando a função sintática do termo destacado no trecho a seguir:
“(...) e intervêm diretamente na soberania dos países que possuem essa riqueza.” (Linhas 22-23)
Marque a opção cuja ocorrência apresenta a mesma função.
A) “Resoluções das Nações Unidas reconhecem que a água e o esgotamento sanitário são direitos fundamentais.” (Linha 1).
B) “A organização Oxfam denunciou, em 2016, que apenas 8 pessoas no mundo detêm a mesma riqueza (...)” (Linhas 19-20).
C) Empresas transnacionais que usam água como base de produção exercem grande influência nas decisões sobre esse bem nos países”. (Linhas 24-25).
D) “Espera-se que o controle da água, por grandes empresas globais, torne-se uma das principais fontes de conflito neste século.” (Linhas 49-50).
Alternativa C.
Nela, o “que” exerce função de pronome relativo, retomando o termo “empresas transnacionais”, assim como na oração do enunciado, em que ele retoma “países”.
As alternativas A, B e D estão erradas porque, nelas, o “que” exerce função de conjunção integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva.
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Questão 12
(Instituto AOCP)
Descoberta de gene ligado à puberdade precoce pode antecipar diagnóstico
Crescimento da mama, aparecimento de pelos nas axilas e na região pubiana, menstruação, mudança do tom de voz são sinais comuns da puberdade. Os que estão relacionados às meninas aparecem, normalmente, entre os 8 e os 14 anos; nos meninos, eles despontam entre os 9 e os 15 anos. A transformação natural do corpo humano já é uma fase que requer acompanhamento. Quando ela ocorre de forma precoce, às vezes aos 5 anos, os reflexos podem ser físicos, como a interrupção do crescimento, mas também psicológicos. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) identificou um gene relacionado à doença que pode antecipar o diagnóstico e facilitar o tratamento.
A pesquisadora Ana Claudia Latronico, que atua na área de genética de doenças endócrinas, percebeu, ao longo dos mais de 20 anos de carreira, que era recorrente a presença de histórico familiar entre os casos de puberdade precoce. “Observamos a ocorrência de familiares afetados e até então não havia nenhum tipo de estudo", disse. O que se sabia, a partir de um estudo israelense desenvolvido em 2004, é que a hereditariedade da puberdade precoce estava presente em aproximadamente 27% dos casos, informou a endocrinologista.
Foram selecionadas 15 famílias, reunindo 40 pessoas. A doença causa o desenvolvimento acelerado do corpo pelo aumento prematuro na produção do hormônio que libera as gonadotrofinas: o GnRH, que comanda o amadurecimento sexual do organismo. A partir do sequenciamento genético desses pacientes, Ana Claudia identificou uma nova causa para o início antecipado da puberdade: uma falha no gene MKRN3. Os resultados foram publicados na revista científica americana New England Journal of Medicine.
O estudo não tem como objetivo trazer mudanças no tratamento da puberdade precoce. “O procedimento terapêutico é totalmente estabelecido e efetivo", destacou. A partir da compreensão da causa, no entanto, é possível antecipar o diagnóstico e iniciar o uso dos remédios assim que aparecerem os primeiros sintomas. “Se o teste genético estiver disponível, pode-se fazer a análise antes mesmo de ocorrer a manifestação clínica para saber se está ou não sob risco de desenvolver precocemente", apontou.
Ana Claudia destaca que quanto mais cedo é iniciado o tratamento, mais se evitam os efeitos negativos da doença. Entre eles, os de viés psicológico, como a estigmatização da criança em razão do aparecimento de sinais puberais estranhos à faixa etária. “A menina passa a ter mama, até a menstruar muito cedo, e isso é um desconforto psicológico muito grande para a criança e para a família", avaliou. Segundo os pesquisadores, a antecipação da menarca pode, inclusive, sujeitar a criança a algum tipo de abordagem sexual inadequada.
Do ponto de vista endocrinológico, há também o comprometimento da estatura. “Com o aumento dos hormônios sexuais, como o estradiol, nas meninas, e testosterona, nos meninos, há alteração da maturação óssea e diminui o tempo de crescimento", explicou. A interrupção do desenvolvimento ósseo pode provocar a perda de 10 a 12 centímetros de altura em relação ao esperado para vários padrões familiares. Na vida adulta, as mulheres com puberdade precoce estão mais sujeitas a ter câncer de mama e de endométrio. Além disso, são mais frequentes os transtornos de ordem psicológica.
http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/descoberta-de-gene-ligado-a-puberdade-precoce-pode-antecipar-diagnostico,9101b056a3d-04410VgnCLD2000000dc6eb0aRCRD.html
A função morfossintática do “que” na expressão “...produção do hormônio que libera as gonadotrofinas...” é a mesma função do “que” em
A) “...um gene relacionado à doença que pode antecipar o diagnóstico e facilitar o tratamento.”
B) “... percebeu, ao longo dos mais de 20 anos de carreira, que era recorrente a presença de histórico familiar entre os casos de puberdade precoce.”
C) “Ana Claudia destaca que quanto mais cedo é iniciado o tratamento, mais se evitam os efeitos negativos da doença.”
D) “...é possível antecipar o diagnóstico e iniciar o uso dos remédios assim que aparecerem os primeiros sintomas.”
E) “...é que a hereditariedade da puberdade precoce estava presente em aproximadamente 27% dos casos.”
Alternativa A.
O “que” retoma o termo “doença” (ou “gene”, dependendo da leitura do enunciado), introduzindo uma oração subordinada. Portanto, é um pronome relativo, como ocorre no enunciado.
A alternativa B está errada porque, nela, o “que” exerce função de conjunção integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva.
A alternativa C está errada porque, nela, o “que” exerce função de conjunção integrante, introduzindo uma oração subordinada substantiva.
A alternativa D está errada porque, nela, o “que” exerce função de conjunção subordinativa temporal, na locução “assim que”.
A alternativa E está errada porque, nela, o “que” exerce função de partícula expletiva, pela locução “o fato é que”, que pode ser dispensada do enunciado.