Exercícios sobre Augusto dos Anjos

Um poeta singular na Literatura brasileira: respondendo aos exercícios sobre Augusto dos Anjos, você perceberá o ineditismo de seus versos em uma temática peculiar.

Publicado por: Luana Castro Alves Perez

Questões

  1. Questão 1

    Sobre a obra de Augusto dos Anjos, assinale a alternativa incorreta:

    a) Unindo o Simbolismo ao cientificismo naturalista, Augusto dos Anjos apresenta grande originalidade em seus versos, cujo ineditismo figura como uma experiência única na literatura mundial.

    b) Influenciado pelo pessimismo do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, Augusto dos Anjos deixa expresso em sua poesia seus anseios e angústias existenciais.

    c) Destacou-se no gênero conto, sem grandes pretensões de promover renovação estética. Criticou a falta de uma identidade genuinamente nacional através de uma linguagem inovadora e irônica.

    d) Pode ser situado entre os escritores pré-modernistas devido ao caráter sincrético de sua poesia, que não priorizava uma única influência.

    e) A poesia de Augusto dos Anjos emprega termos considerados “baixos” e “antipoéticos”, sobretudo se comparados à linguagem literária vigente, provocando grande estranhamento no público e na crítica especializada.

  2. Questão 2

     Saia de mim como suor
    Tudo o que eu sei de cor
    Sai de mim como excreto
    Tudo que está correto
    Saia de mim [...]
    Tudo o que for perfeito
    Saia de mim como um grito
    Tudo o que eu acredito
    Tudo que eu não esqueça
    Tudo que for certeza

    Saia de mim vomitado,
    Expelido, exorcizado
    Tudo que está estagnado
    Saia de mim como escarro [...]
    Sangue, lágrima, catarro

    Saia de mim a verdade!”.

    Saia de mim – Arnaldo Antunes

    Podemos perceber, nos versos da música Saia de mim, do grupo Titãs, uma linguagem que tem nitidamente como intenção chocar e subverter valores sociais regidos por uma tendência politicamente correta. As palavras incomuns utilizadas nos versos denunciam uma forte influência do seguinte poeta:

    a) Paulo Leminski.

    b) Haroldo de Campos.

    c) Gregório de Matos.

    d) Ferreira Gullar.

    e) Augusto dos Anjos. 

  3. Questão 3

    Para responder à questão 3, leia o poema Psicologia de um Vencido, de Augusto dos Anjos:

    Psicologia de um Vencido

    Eu, filho do carbono e do amoníaco,

    Monstro de escuridão e rutilância,

    Sofro, desde a epigênesis da infância,

    A influência má dos signos do zodíaco.

    Profundissimamente hipocondríaco,

    Este ambiente me causa repugnância...

    Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

    Que se escapa da boca de um cardíaco.

    Já o verme — este operário das ruínas —

    Que o sangue podre das carnificinas

    Come, e à vida em geral declara guerra,

    Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

    E há de deixar-me apenas os cabelos,

    Na frialdade inorgânica da terra.

    Augusto dos Anjos

    I. Influenciado pela estética parnasiana, Augusto dos Anjos demonstra grande domínio técnico e gosto pela métrica, características evidenciadas através da escolha renitente pelos sonetos;

    II. A influência simbolista pode ser percebida através dos temas recorrentes em sua obra, como a fascinação pela morte, a angústia e a utilização de elementos simbólicos, além do uso de metáforas;

    III. A adoção do vocabulário científico produz um efeito poético de angústia existencial diante das implacáveis leis da natureza, promovendo assim uma análise sobre a efemeridade humana;

    IV. Ao fazer referência ao amoníaco, Augusto dos Anjos estabelece uma metáfora entre o composto químico e a alma do eu-lírico, pois ao fim da vida a matéria se desintegra, mas a alma é inorgânica, por isso mantém-se intacta.

    Julgue as proposições:

    a) Todas estão corretas.

    b) Todas estão incorretas.

    c) Apenas IV está correta.

    d) I, II e III estão corretas.

    e) I e IV estão corretas.

  4. Questão 4

     (UFOP) Leia com atenção o seguinte texto:

    Como uma cascavel que se enroscava,
    A cidade dos lázaros dormia...
    Somente, na metrópole vazia,
    Minha cabeça autônoma pensava!

    Mordia-me a obsessão má de que havia,
    Sob os meus pés, na terra onde eu pisava,
    Um fígado doente que sangrava
    E uma garganta de órfã que gemia!

    Tentava compreender com as conceptivas
    Funções do encéfalo as substâncias vivas
    Que nem Spencer, nem Haeckel compreenderam...

    E via em mim, coberto de desgraças,
    O resultado de bilhões de raças
    Que há muitos anos desapareceram!

    (ANJOS, Augusto dos. Eu: poesias. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1998. p. 61)

    Assinale a alternativa incorreta:

    a) É possível observar, na construção desse texto, uma tal concentração no conteúdo que faz com que a forma fique bastante negligenciada.

    b) Observa-se uma tendência bastante forte para a exploração de temas mórbidos e patológicos, como nos demais poemas de Augusto dos Anjos.

    c) Apresenta o poema um pendor para a representação de um cientificismo, mesmo que o impulso lírico seja uma constante presença.

    d) Faz-se notar um pessimismo que, na sua exacerbação, acaba caminhando para um quase total aniquilamento.

    e) Justificando a obra a que pertence, há, no poema, um individualismo bem nítido.

  5. Questão 5

    (UFOP) A respeito de Eu, de Augusto dos Anjos, é correto dizer que:

    a) sendo uma obra eminentemente barroca, representa com perfeição as dualidades céu/terra, pecado/graça, treva/luz.

    b) sendo uma obra eminentemente romântica, apresenta um subjetivismo exacerbado, que extrapola todos os limites.

    c) sendo uma obra eminentemente parnasiana, prima pela perfeição formal, desprezando quaisquer outras preocupações.

    d) sendo uma obra eminentemente simbolista, usa e abusa dos meios-tons que tanto caracterizam essa poesia nefelibata.

    e) sendo uma obra de difícil classificação, reserva, mesmo assim, um lugar de destaque na poesia brasileira como um caso à parte.