Exercícios sobre o Simbolismo no Brasil

O Simbolismo no Brasil se manifestou sob a participação de renomados representantes, entre eles, Cruz e Souza.

Publicado por: Vânia Maria do Nascimento Duarte

Questões

  1. Questão 1

    (UNID – SP)

    Não corresponde ao Simbolismo a afirmativa:

    a –No Brasil, o Simbolismo  começa em 1893 com a publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Souza.

    b –Olavo Bilac, um dos poetas mais festejados do período, escreveu o poema formal Profissão de fé.

    c –Os versos “Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas...” fazem parte do poema “Violões que choram”.

    d –O autor mais representativo desse movimento – Cruz e Souza – também é chamado de Cisne Negro.

    e –Alphonsus de Guimarães é o autor de Ismália.

  2. Questão 2

    Observe o verso:

    “Ó sonora audição colorida do aroma”.

    Assinale a alternativa que caracteriza o verso quanto ao estilo de época:

    a – É simbolista: o autor usa palavras que transmitem sensações diversas e simultâneas de audição, visão e olfato.
    b – É romântico: explora uma linguagem emocional voltada para os problemas íntimos.
    c – É parnasianista: cultiva a perfeição sonora, o vocabulário preciosista, o delírio de grande musicalidade.
    d – É barroco: sua linguagem é densamente figurada com paradoxos sensacionais.
    e – É neoclássico: valoriza uma descrição idílica e sonora da natureza.

  3. Questão 3

    Como toda escola literária, também chamada de estilo de época, o Simbolismo se fez presente ao adornar o cenário artístico nacional, cujos representantes se posicionaram firmemente, revelando uma retomada aos moldes neoclássicos, bem como aprofundando ainda mais as características presentes na era romântica, indo um pouco mais além, focando a questão do inconsciente. Dessa forma, procure analisar o poema que segue, explicitando tais características nele presentes e evidenciando-as por meio dos versos:

    Alucinação

    Ó solidão do Mar, ó amargor das vagas,
    Ondas em convulsões, ondas em rebeldia,
    Desespero do Mar, furiosa ventania,
    Boca em fel dos tritões engasgada de pragas.

    Velhas chagas do sol, ensanguentadas chagas
    De ocasos purpurais de atroz melancolia,
    Luas tristes, fatais, da atra mudez sombria
    Da trágica ruína em vastidões pressagas.

    Para onde tudo vai, para onde tudo voa,
    Sumido, confundido, esboroado, à-toa,
    No caos tremendo e nu dos tempo a rolar?

    Que Nirvana genial há de engolir tudo isto -
    - Mundos de Inferno e Céu, de Judas e de cristo,
    Luas, chagas do sol e turbilhões do Mar?!

    Cruz e Souza

  4. Questão 4

    Violões que choram representa uma das criações de Cruz e Souza – importante representante da estética simbolista. Ao lê-lo e analisá-lo, procure destacar o emprego de algumas figuras de linguagem, sobretudo a metáfora e a aliteração:

    Ah! plangentes violões dormentes, mornos,

    Soluços ao luar, choros ao vento...

    Tristes perfis, os mais vagos contornos,

    Bocas murmurejantes de lamento.

     

    Noites de além, remotas, que eu recordo,

    Noites da solidão, noites remotas

    Que nos azuis da Fantasia bordo,

    Vou constelando de visões ignotas.

     

    Sutis palpitações a luz da lua,

    Anseio dos momentos mais saudosos,

    Quando lá choram na deserta rua

    As cordas vivas dos violões chorosos.

     

    Quando os sons dos violões vão soluçando,

    Quando os sons dos violões nas cordas gemem,

    E vão dilacerando e deliciando,

    Rasgando as almas que nas sombras tremem.

     

    Harmonias que pungem, que laceram,

    Dedos Nervosos e ágeis que percorrem

    Cordas e um mundo de dolências geram,

    Gemidos, prantos, que no espaço morrem...

     

    E sons soturnos, suspiradas mágoas,

    Mágoas amargas e melancolias,

    No sussurro monótono das águas,

    Noturnamente, entre ramagens frias.

     

    Vozes veladas, veludosas vozes,

    Volúpias dos violões, vozes veladas,

    Vagam nos velhos vórtices velozes

    Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.
    [...]