Exercícios sobre regras de pontuação
Nesta lista de exercícios, você revisa conceitos de sinais de pontuação na língua portuguesa e testa sua compreensão sobre suas funções e usos em diferentes textos.
Publicado por: Guilherme VianaQuestões
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Questão 1
Qual é a principal função da pontuação em um texto?
A) Enfeitar a escrita e torná-la mais bonita visualmente.
B) Substituir palavras e evitar repetições.
C) Indicar o ritmo da leitura, organizar as ideias e facilitar a compreensão.
D) Eliminar ambiguidades de textos científicos.
E) Garantir que todas as frases tenham o mesmo tamanho.
A alternativa C está certa, pois a pontuação organiza o texto, orientando o ritmo e a entonação da leitura, e facilita a compreensão do conteúdo.
A alternativa A está errada, pois a pontuação não tem função meramente estética no texto.
A alternativa B está errada, pois a pontuação não é usada para substituir palavras, e sim para indicar o ritmo e a entonação da leitura.
A alternativa D está errada, pois, ainda que ajude a orientar a leitura, a pontuação por si só não dá conta de eliminar ambiguidades, nem é usada especificamente em textos científicos.
A alternativa E está errada, pois a pontuação não tem a ver com o tamanho das frases, e sim com a organização das ideias.
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Questão 2
(Enem 2017)
O homem disse, Está a chover, e depois, Quem é você, Não sou daqui, Anda à procura de comida, Sim, há quatro dias que não comemos, E como sabe que são quatro dias, É um cálculo, Está sozinha, Estou com o meu marido e uns companheiros, Quantos são, Ao todo, sete, Se estão a pensar em ficar conosco, tirem daí o sentido, já somos muitos, Só estamos de passagem, Donde vêm, Estivemos internados desde que a cegueira começou, Ah, sim, a quarentena, não serviu de nada, Por que diz isso, Deixaram-nos sair, Houve um incêndio e nesse momento percebemos que os soldados que nos vigiavam tinham desaparecido, E saíram, Sim, Os vossos soldados devem ter sido dos últimos a cegar, toda a gente está cega, Toda a gente, a cidade toda, o país,
SARAMAGO, J. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
A cena retrata as experiências das personagens em um país atingido por uma epidemia. No diálogo, a violação de determinadas regras de pontuação
A) revela uma incompatibilidade entre o sistema de pontuação convencional e a produção do gênero romance.
B) provoca uma leitura equivocada das frases interrogativas e prejudica a verossimilhança.
C) singulariza o estilo do autor e auxilia na representação do ambiente caótico.
D) representa uma exceção às regras do sistema de pontuação canônica.
E) colabora para a construção da identidade do narrador pouco escolarizado.
A alternativa C está correta, pois a violação das regras de pontuação é um traço marcante da escrita de Saramago. Além disso, o fluxo contínuo de vozes sem marcas tradicionais (como travessão e aspas) reproduz a confusão, o colapso da ordem social e o caos experimentado pelas personagens no trecho exibido.
A alternativa A está errada, pois o gênero romance aceita o uso do sistema de pontuação convencional, ficando a cargo de cada autor a adoção ou subversão desse sistema como recurso estilístico.
A alternativa B está errada, pois, apesar da ausência de sinais tradicionais, o contexto do diálogo permite ao leitor identificar claramente perguntas e respostas, não havendo prejuízo para a verossimilhança.
A alternativa D está errada, pois não se trata de uma exceção admitida pelas normas, e sim de um recurso estético proposital escolhido pelo autor.
A alternativa E está errada, pois os desvios de pontuação não servem para indicar que o narrador não é caracterizado como alguém pouco escolarizado, e sim para reproduzir a confusão da situação narrada, além de ser uma escolha estilística do escritor.
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Questão 3
(Educa, 2025)
Leia o texto a seguir e responda à questão.
A Canoa
Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro. Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora. Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
- Companheiro, você entende de leis?
- Não, respondeu o barqueiro.
E o advogado, compadecido: – É uma pena, você perdeu metade da vida.
- A professora, muito social, entra na conversa:
- Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
- Também não, respondeu o barqueiro.
- Que pena! Condói-se a mesma – Você perdeu metade de sua vida!
Nisso chega uma onda bastante forte e vira o barco. O barqueiro, preocupado, pergunta:
- Vocês sabem nadar?
- Não!!!! Responderam o advogado e a professora, rapidamente.
- Então…disse o barqueiro… é uma pena – Vocês perderam toda a vida!!!!!
Moral da história:
“Não há saber maior ou menor.”
“Há saberes diferentes.”
- Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato - cada uma delas tem algo de diferente a nos ensinar.
Disponível em: https://atividadesparaeja.blogspot.com/2013/11/atividadereflexiva-canoa-paulo-freire.html
No trecho do texto:
“Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?”
A vírgula foi empregada para:
A) Marcar a separação entre sujeito e predicado.
B) Indicar a omissão de um termo da oração.
C) Destacar o vocativo presente na frase.
D) Introduzir a explicação de uma ideia anterior.
A alternativa C está correta, pois o termo “seu barqueiro” é um vocativo, usado para chamar ou se dirigir diretamente à pessoa, precisando da vírgula para ser isolado do restante da oração.
A alternativa A está errada, pois não se usa vírgula para separar sujeito e predicado.
A alternativa B está errada, pois a vírgula não marca nenhuma omissão no caso apresentado.
A alternativa D está errada, pois descreve a função típica dos dois-pontos, e não da vírgula nesse contexto.
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Questão 4
(Funcern, 2025)
A questão refere-se ao texto a seguir.
No dia em que o gato falou
Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Esse gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar, não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas, repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas nada!
A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo, muito mais do que devia. Um papagaio, que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados para ver se conseguia que seu miado virasse fala.
Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a ideia genial. Quando a ideia iluminou seu cérebro, veio acompanhada da crítica, autocrítica: “Mas, como não me ocorreu isso antes?”, perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. “Como não me ocorreu isso antes?” O papagaio viu no brilho do olhar da dona o seu (dele) terrível destino e tentou escapar. Mas estava preso. Foi morto, depenado e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Era? Não era? Veria. O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu intuito, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateulhe mesmo — horror! — pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia no estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-miau-au, mas perfeitamente compreensível):
— Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair! Corre, madame, que o prédio vai cair!
A mulher, tremendo de emoção e alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez:
— Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!
Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:
— Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.
Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.
O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:
— Veja só que cretina. Passou vida inteira para me fazer falar e, no momento em que falei, não me prestou a mínima atenção.
Moral: O mal do artista é não acreditar na própria criação.
FERNANDES, Millôr. In: Antologia do Pasquim, volume III: 1973-1974. Rio de Janeiro: Desiderata, 2009.
Analise o uso das vírgulas no período a seguir.
Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo: — Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! — e pulou para a rua.
Considerando o uso de vírgulas no português escrito padrão,
A) a terceira e a quarta vírgulas marcam a intercalação do vocativo.
B) a terceira e a quarta vírgula separam o verbo do complemento.
C) as duas primeiras vírgulas marcam a intercalação do aposto.
D) as duas primeiras vírgulas separam o sujeito do predicado.
E) as duas primeiras vírgulas marcam pausa respiratória.
A alternativa A está correta, pois a expressão “madame” é um vocativo, devendo ser isolada por vírgulas.
A alternativa B está errada, pois a função da terceira e quarta vírgulas não é separar verbo e complemento, mas isolar o vocativo.
As alternativas C, D e E estão erradas, pois as duas primeiras vírgulas servem para isolar uma oração explicativa.
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Questão 5
(UEG, 2024)
Leia o texto a seguir para responder a questão.
Mesmo o mais sincero dos mortais se depara com situações do dia a dia que põem à prova sua honestidade. Por exemplo, depois de uma longa e sofrida dieta, a amiga perdeu menos de dois quilos, mas faz questão de perguntar: "Você acha que já emagreci o suficiente?". Ou, então, a colega de trabalho adota um corte de cabelo que não combina nem um pouco com ela, mas insiste em ter a aprovação de todos: "Ficou mais bonito"?
As mentirinhas leves não prejudicam as pessoas e são uma maneira delicada (ou pelo menos educada) de lidar com perguntas constrangedoras. Mas será que é mesmo preciso mentir, dependendo das circunstâncias? Para a psicóloga Izete Ricelli, mestre pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), todos nós mentimos de alguma forma em determinados momentos. "E aceitar esse fato não significa que somos moral ou eticamente incorretos. Apenas temos de diferenciar a mentira social, demagógica – aquela que evita conflitos e ofensas – das mentiras nocivas e patológicas", diz ela.
As mentiras inofensivas são utilizadas por todas as pessoas no dia a dia, segundo a psicóloga, e sempre com a finalidade de melhorar os relacionamentos. "Além de não prejudicarem ninguém, ainda ajudam na integração social. Funcionam como as ‘desculpas esfarrapadas’, aquelas que damos a alguém e a pessoa finge que acreditou, sem maiores consequências", acrescenta.
No trabalho, não é diferente. O coach Alexandre Prates, especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional, é enfático em dizer que "sim, mentir é preciso". De acordo com ele, as pessoas não suportam a verdade nua e crua. E se alguém lhe perguntar “você acha que essa roupa me engordou?”, sinceramente ela não quer ouvir “engordou muito, ficou horrível”. Por mais que alguém esteja pensando justamente isso, terá de encontrar uma forma mais sutil de falar.
"Se você disser sempre a verdade, sem levar em consideração os sentimentos alheios, afastará muitas pessoas de seu convívio. Precisamos ter esse cuidado inclusive no trabalho. Um colega lhe apresenta um relatório que exigiu grande esforço e dedicação e o submete à sua avaliação. Nesse momento, todo cuidado é pouco para não ofender e gerar um grande desconforto. No caso, a mentira serve para amenizar e possibilitar uma conversa agradável, pois fazer uma crítica pesada cria bloqueios", afirma o especialista, também autor do livro "A Reinvenção do Profissional – Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro" (Novo Século).
Portanto, mentiras são necessárias. Desde que não prejudiquem ninguém. E aí entra outro aspecto: enganar também não seria uma maneira de prejudicar o outro? “Sim. Você pode mentir por não expressar sua opinião como gostaria, mas enganar não é preciso. Dizer ‘essa roupa ficou ótima’, sendo que está péssima, é enganar. Mas falar ‘essa blusa marcou um pouco, acredito que outra opção ficaria melhor’ pode não ser exatamente a opinião que você gostaria de externar, mas é melhor do que falar ‘ficou horrível’. Uma opinião verdadeira, mas desnecessária”, fala o especialista.
Mas mentir para poupar alguém a quem amamos nem sempre é a melhor opção. A psicóloga Izete Ricelli cita o caso de pais de crianças adotivas que, para poupá-las, evitam contar que não são os pais verdadeiros. “Isso traz grave consequência ao desenvolvimento do filho adotivo, às vezes com danos irreversíveis. Entretanto, se a sua melhor amiga pergunta se você viu o ex-namorado dela com outra em uma festa e você diz que não para poupá-la, não é nada tão grave... ela sempre poderá descobrir sozinha ou então deixar de se preocupar com o 'ex'", comenta Izete.
Mentiras e mentiras Há pessoas que tendem a mentir nas mais variadas circunstâncias, mesmo as mais triviais, nas quais falar a verdade não magoaria ninguém. Nesse caso, essas pequenas mentiras não estão incluídas entre as mentirinhas inofensivas.
“Há diversos tipos de mentiras e mentirosos”, diz a psicóloga Marina Vasconcellos, psicodramatista e terapeuta familiar e de casal. “Há aquelas com o claro objetivo de provocar intrigas e discórdias, por inveja ou ciúme. E existem também pessoas que têm a necessidade de criar uma fantasia, uma imagem falsa sobre elas mesmas. O mitômano, por exemplo, acredita na mentira que diz. É uma doença. O psicopata também mente muito, mas com a intenção de manipular o outro. E há quem minta por medo, por sentir insegurança ou não saber como reagir diante de uma determinada situação”, fala a psicóloga.
Seja na vida pessoal ou no trabalho, se as pessoas jamais mentissem, isso poderia causar mais confusões do que bem-estar. Para Alexandre Prates, "Existem pessoas que se orgulham por ser extremamente sinceras, o que é louvável. Mas, certamente, elas deixaram bons relacionamentos para trás", fala o coach.
Disponível em: https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2014/06/27/mentir-e-preciso-pois-nem-sempre-as-pessoas-querem-ouvir-a-verdade.htm.
Nos trechos “sim, mentir é preciso” (linha 14) e “Há diversos tipos de mentiras e mentirosos” (linha 29) a função das aspas é:
A) esclarecer os argumentos apresentados nos períodos anteriores.
B) expressar que a linguagem está sendo usada em sentido figurado.
C) demonstrar a importância da informação em textos argumentativos.
D) indicar o discurso de uma outra pessoa que não é a autora do texto.
E) enfatizar as ideias apresentadas em cada um dos trechos destacados.
A alternativa D está correta, pois as aspas delimitam citações literais de enunciados de terceiros, ou seja, mostram a fala feita por outras pessoas que não o autor do texto.
A alternativa A, C e E estão erradas, pois as aspas não exercem a função descrita nessas alternativas.
A alternativa B está errada, pois, embora as aspas possam ser usadas para destacar termos usados no sentido figurado ou irônico, no enunciado da questão elas não foram usadas para isso, e sim para marcar uma citação.
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Questão 6
(Unicamp, 2024)
Observe a imagem a seguir.

(Disponível em: https://instagram.com/filosofia_arte_literatura. Acesso em: 08/08/2023.)
Considere a frase “Ficar sem arte sufoca”. O uso dos parênteses na frase escrita no cartaz tem o efeito de
A) comparar os substantivos “arte” e “ar”, ambos necessários para viver.
B) eliminar o sufixo “ar”, ampliando o sentido da afirmação no cartaz.
C) transformar o cartaz em um poema, criando uma rima entre “ficar” e “ar”.
D) contestar o sentido da frase, introduzindo um contraste entre “ficar” e “ar”.
A alternativa A está correta, pois o jogo de linguagem com os parênteses mostra que a frase pode ser lida como “ficar sem ar sufoca” e como “ficar sem arte sufoca”, sugerindo que tanto o ar quanto a arte são indispensáveis para a vida.
A alternativa B está errada, pois o recurso não elimina um sufixo, mas cria duas possibilidades de leitura: “ar” e “arte”.
A alternativa C está errada, pois não se trata de rima ou de construção poética no sentido formal, apenas de jogo semântico no cartaz.
A alternativa D está errada, pois não há oposição entre os termos, e sim sobreposição de sentidos que se complementam.
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Questão 7
(Enem, 2018)
Física com a boca
Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as ondas da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o desencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distorção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”, diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propagação das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado).
Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organizar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte.
B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi Akkerman.
C) reticências, para deixar subentendida a formação do especialista.
D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.
A alternativa B está correta, pois, nos casos como o apresentado pelo enunciado, os travessões podem ser substituídos por vírgulas ou por parênteses, exercendo a mesma função de organização do texto.
As demais alternativas estão erradas, pois não apresentam pontuações que poderiam substituir o travessão no contexto do enunciado. As aspas servem para citações e ironia; as reticências indicam interrupção ou hesitação; os dois-pontos introduzem explicações, exemplos e falas diretas; e o ponto e vírgula separa orações ou itens de enumerações longas ou complexas, sem isolar um aposto.
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Questão 8
(Enem 2021)
Muito do que gastamos (e nos desgastamos) nesse consumismo feroz podia ser negociado com a gente mesmo: uma hora de alegria em troca daquele sapato. Uma tarde de amor em troca da prestação do carro do ano; um fim de semana em família em lugar daquele trabalho extra que está me matando e ainda por cima detesto.
Não sei se sou otimista demais, ou fora da realidade. Mas, à medida que fui gostando mais do meu jeans, camiseta e mocassins, me agitando menos, querendo ter menos, fui ficando mais tranquila e mais divertida. Sapato e roupa simbolizam bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida, uma postura interior.
Nunca fui modelo de nada, graças a Deus. Mas amadurecer me obrigou a fazer muita faxina nos armários da alma e na bolsa também. Resistir a certas tentações é burrice; mas fugir de outras pode ser crescimento, e muito mais alegria.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro: Record, 2011.
Nesse texto, há duas ocorrências de dois-pontos. Na primeira, eles anunciam uma enumeração das negociações que podemos fazer conosco. Na segunda, eles introduzem uma
A) opinião sobre o uso de jeans, camiseta e mocassins.
B) explicação sobre a simbologia de sapatos e roupas.
C) conclusão acerca da oposição entre otimismo e realidade.
D) comparação entre ostentação e conforto em termos de vestuário.
E) retomada da ideia de negociação discutida no primeiro parágrafo.
A alternativa B está certa, pois a segunda ocorrência de dois-pontos é feita para introduzir uma explicação a respeito da afirmação anterior (o que sapato e roupa simbolizam): “Sapato e roupa simboliza bem mais do que isso que são: representam uma escolha de vida [...].”
A alternativa A está errada, pois, na segunda ocorrência de dois-pontos, não se apresenta uma opinião sobre o uso dessas roupas, e sim uma explicação. O trecho sobre jeans e mocassins aparece antes; não é o conteúdo introduzido pelos dois-pontos.
A alternativa C está errada, pois a oposição entre otimismo e realidade é mencionada antes, não sendo o tema dos dois-pontos.
A alternativa D está errada, pois o texto não faz comparação direta, e sim uma reflexão sobre estilo de vida e simbolismo das roupas.
A alternativa E está errada, pois os dois-pontos não retomam a negociação inicial, mas aprofundam o significado simbólico de roupas e sapatos.
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Questão 9
(Unochapecó, 2025)
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Tô fraco!
Há muito tempo, na África, as aves viviam felizes, ciscando em liberdade. Mas um disse-me-disse e muita inveja interromperam a paz, transformando a boa convivência em uma grande confusão!
Tudo começou quando o melro, ave bela e vistosa, que arrancava suspiros das galinhas d'angola, começou a se exibir. Era, de fato, um macho de rara beleza. Tinha penas pretas brilhantes e o bico amarelo, cor de ovo de roça, quase laranja.
Todas as outras aves queriam ser como o melro. Sabendo disso, ele desfilava para cima e para baixo com ar de superioridade. Certo dia, tomado pela vaidade, prometeu que, se as galinhas d'angola o obedecessem, usaria seus poderes mágicos e as tornaria totalmente pretas, reluzentes, lindas como ele.
Ao contrário do que era esperado, as aves não deram muita bola para o melro. Continuaram ciscando aqui e ali como bem entendiam. Furioso, ele jurou vingança e rogou uma praga:
− A partir de hoje, todas as galinhas d'angola serão magras e sentirão fraqueza constante! − disparou o melro com voz de trovão.
Dito e feito. A partir desse dia, as galinhas d'angola − que, apesar de suas pernas finas, correm bastante − vivem cacarejando sua fraqueza: "tô fraca... tô fraca..."
Disponível em: https://chc.org.br/artigo/to-fraco/
"A partir de hoje, todas as galinhas d'angola serão magras e sentirão fraqueza constante! − disparou o melro com voz de trovão."
Analise o emprego do travessão no trecho acima e identifique a alternativa que justifica corretamente o seu uso.
A) O uso do travessão serve para indicar que a fala do melro terminou e o narrador voltou a falar.
B) O uso do travessão indica que a fala do melro vai continuar no próximo parágrafo.
C) O uso do travessão marca uma dúvida do melro sobre o que foi dito pelo narrador.
D) O uso do travessão serve para separar nomes de personagens.
A alternativa A está correta, pois o travessão foi usado após a fala direta do personagem, marcando a transição do discurso direto para a fala do narrador.
A alternativa B está errada, pois o travessão não indica continuação de fala em parágrafo seguinte, e sim fechamento de uma fala antes de o narrador voltar a falar.
As alternativas C e D estão erradas, pois não trazem funções corretas do travessão, já que ele não marca dúvida, nem separa nomes de personagens, e sim falas diretas e a voz do narrador.
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Questão 10
(Uece 2024)
Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...GUIMARAENS, Alphonsus de. Ismália. In: MOISÉS, Massaud. A literatura Brasileira através dos Textos. 2.ed. São Paulo: Cultrix, 1973. p.318-324.
Considerando a pontuação do texto II, assinale a afirmação verdadeira.
A) O emprego de vírgulas, de reticências e de pontos-finais contribui unicamente para a musicalidade do poema, característica do movimento simbolista.
B) O uso constante de reticências contribui para a construção do sentido e da experiência de leitura, uma vez que se relaciona aos aspectos sugestivo e velado do texto.
C) O emprego dos sinais de pontuação no poema atende a questões formais, sem repercussões para o sentido do texto.
D) As vírgulas empregadas ao final dos versos denotam a preocupação estética e formal com o padrão da língua, sem repercussões para a interpretação do texto.
A alternativa B está correta, pois as reticências marcam a suspensão, incompletude e sugestão de ideias, características da estética simbolista. Contribuem para a leitura pausada e para o caráter onírico e enigmático do poema.
A alternativa A está errada, pois a pontuação não atua apenas na musicalidade, como a alternativa sugere.
A alternativa C está errada, pois os sinais de pontuação não são meramente formais: eles têm papel expressivo, reforçando o caráter sugestivo do texto.
A alternativa D está errada, pois as vírgulas não têm função apenas estética: elas marcam pausas e intensificam o ritmo da leitura.
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Questão 11
(UFRGS, 2024)


Considere as seguintes sugestões de alterações na pontuação do texto.
I - Inserção de vírgulas depois de línguas (l. 08) e depois de existem (l. 09).
II - Supressão da vírgula na linha 20.
III- Substituição da vírgula na linha 56 por dois-pontos.
Quais sugestões poderiam ser efetuadas sem alterar o sentido original da frase, mantendo a correção gramatical?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) Apenas II e III.
E) I, II e III.
A alternativa C está correta, pois apenas a sugestão III pode ser aplicada sem alterar o sentido original do texto e mantendo a correção gramatical.
A sugestão I não pode ser feita, pois alteraria a relação entre a oração anterior e a oração entre vírgulas, alterando o sentido dela.
A sugestão II não pode ser feita, pois a vírgula deve ser mantida para organizar a separação entre as orações e o ritmo da leitura.
A sugestão III é a única que pode ser feita, pois os dois-pontos servem para introduzir uma explicação e exemplificação. Assim, poderiam ser usados no lugar da vírgula sem alterar o sentido da frase.
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Questão 12
(Enem 2016)
L.J.C.
— 5 tiros?
— É.
— Brincando de pegador?
— É. O PM pensou que...
— Hoje?
— Cedinho.
COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org). Os cem menores contos brasileiros do século. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
Os sinais de pontuação são elementos com importantes funções para a progressão temática. Nesse miniconto, as reticências foram utilizadas para indicar
A) uma fala hesitante.
B) uma informação implícita.
C) uma situação incoerente.
D) a eliminação de uma ideia.
E) a interrupção de uma ação.
A alternativa B está correta, pois as reticências marcam que há algo não dito, que o leitor precisa completar mentalmente o sentido. Nesse caso, há sugestão de uma justificativa não explicitada, deixada no ar.
As alternativas A e E estão erradas, pois, embora tragam funções possíveis das reticências, não são a razão pela qual as reticências foram usadas: o tom do poema não é hesitante, e sim objetivo; da mesma forma, não se trata de uma ação interrompida, e sim de uma fala intencionalmente não concluída.
As alternativas C e D estão erradas, pois não trazem funções típicas das reticências, nem condizentes com a mensagem do miniconto apresentado.